"Conta o JCD que a Grécia vai reduzir o número dos municípios em 2/3. O objectivo propalado será o de combater a despesa pública em que estão afogados. Ora a Grécia é o único país europeu cuja vertigem centralista se aproxima da que assola Portugal – não por acaso, tratam-se dos dois países que fazem do Mau Governo a sua mais acarinhada tradição.
Não conheço de perto as contas gregas, mas, suspeito, que, tal como as nossas, a fatia incomparavelmente maior da despesa pública esteja a cargo do Estado Central e não dos municípios. Só que o centralismo militante gera umas palas intransponíveis para quem com elas se gosta de enfeitar – quando se trata de poupar, o melhor é fazê-lo através dos municípios e deixar o Estado Central mais ou menos na mesma.
Aliás, como se pode perceber da série inenarrável de comentários que por ali foram expelidos, o exemplo grego deve ser uma vez mais imitado: o Estado português desbarata 88% do dinheiro público – logo, para sermos poupadinhos, temos de diminuir nos outros 12%, e pronto!
Assim, os portugueses e os gregos continuarão felizes: mantendo-se como os dois lugares mais obsessivamente centralizados da Europa e do Mundo, e, também, os dois países que nunca conseguem sair da cepa torta (será coincidência?)…"
Não há coincidências...
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