DO PRINCÍPIO... AO FIM!
Tenho vindo a afirmar com alguma frequência que o endividamento externo de Portugal é hoje em dia assumido, finalmente digo eu, como o principal problema a enfrentar pelo País no futuro próximo. Haverá certamente muitos outros problemas a resolver, mas este é o problema dos problemas.
Relembro que a dívida Portuguesa há cerca de 15 anos atrás, era de aproximadamente 50% da riqueza nacional. Hoje, se ainda não o atingiu, rondará os 100%.
Com o agudizar da crise da Grécia e posta que está em causa a credibilidade internacional deste País, cujo endividamento externo andará pelos 120%, não será despiciente dizer que Portugal é o “senhor que se segue”. Alias, ainda recentemente um responsável do governo de Atenas dizia que “…não vale a pena os Países da EU sacudirem a água do capote porque, se não for encontrado um plano para ajudar a Grécia, outros terão o mesmo destino…” e, Portugal, está na calha.
Não vale a pena esconder factos e números. Portugal corre sérios riscos de sustentabilidade futura. Como evitar este “destino”?
O Plano de Estabilidade e Crescimento (o famoso PEC) aprovado pelo governo e levado a Bruxelas é audaz. Muitos o abençoaram no imediato, mas muitos outros, agora vêm dizer que não chega. É preciso mais!.
Estamos no fim de um ciclo em Portugal, na Europa e no Mundo. Um ciclo que corresponde a um determinado sistema económico-financeiro e a um modelo de governação.
No paradigma anterior, o problema era essencialmente de confiança no sistema bancário privado, obrigando quase todos os estados a apoiarem financeiramente os respectivos bancos. Em 2009 e em poucos meses, foi possível que o mercado financeiro mundial voltasse a funcionar quase como antes. O problema é que agora o mercado é mais desconfiado e exigente! Já não vai em promessas! As promessas pagam-se com juros cada vez mais altos. E isso torna insustentável o financiamento dos Países.
Por isso, muito para além de promessas, as agências e os mercados internacionais querem é ver a concretização das medidas e os resultados que daí advêm. Por isso é que muitos já dizem, que talvez este PEC não chegue…
E por isso é preciso um corte de cima a baixo, na diagonal, neste staus quo. É preciso um novo paradigma de governação, um novo pensamento, uma nova geração de pessoas. Os partidos políticos estão geometricamente enredados em si próprios e entre eles. Não apresentam alternativas credíveis para enfrentar estes novos desafios.
Não vale a pena os partidos políticos empurrarem os problemas para a frente com a barriga. Já há quem acene com a bancarrota do País e o afastamento da Zona Euro. Eu nem sequer sei se isto é possível acontecer. O que eu sei, é que alguma coisa tem de ser feita. O corte de cima a baixo a que me refiro, é uma alteração estrutural na administração. Cada um que governe o que é seu e que depois seja avaliado democraticamente por isso.
Refiro-me à Regionalização do País. Não será certamente a dita “varinha de condão” para resolver todos os problemas, mas será a única forma de sabermos o que cada região tem, o que gasta e onde gasta, para depois podermos responsabilizá-los eleitoralmente.
A Madeira e os Açores são dois bons exemplos de regiões que caminham pelo seu próprio pé. A Madeira é hoje uma região ao nível da média europeia. Os Açores aproximam-se rapidamente dessa média. Ao invés, o Centro, o Alentejo e sobretudo o NORTE, estão cada vez mais na cauda da Europa. E nós, cidadãos, não fazemos nada? Não exercemos o nosso direito de cidadania?
Se há cerca de 20 anos, o NORTE era uma das regiões mais ricas e industrializadas do País, hoje é claramente a região mais pobre.
Do principio …ao fim. Foi e é este o destino do NORTE.
NORTE SIM, já!
terça-feira, 20 de abril de 2010
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