O Movimento Norte Sim, defende uma Região Norte coincidente com a actual região plano e um modelo de regionalização administrativa consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O Movimento Norte Sim, considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que esta Região Norte se depara.

O Movimento Norte Sim, luta para que o Norte possa decidir o seu futuro, com mais eficácia e menores custos, através de um poder eleito democraticamente.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Desenvolvimento Regional: Uma nova visão estratégica, precisa-se!

A cada ano que passa torna-se cada vez mais visível a necessidade urgente de uma estratégia eficaz que promova o aumento das exportações, que crie mais e melhor emprego, e que trave o galopante crescimento da divida pública. Deixar ao mercado, aos investimentos em obras públicas ou aos programas comunitários a tarefa de criar riqueza já provou nos últimos 15 anos que não funciona. A competição global é cada vez mais feroz, as empresas privadas nos sectores expostos à concorrência têm pouco capital financeiro e humano e a reprodutibilidade do investimento em obras públicas é muito baixa ou negativa, dado o facto do enorme crescimento da divida publica na ultima década face a um crescimento muitíssimo baixo do PIB. Precisamos então de uma nova visão estratégica!



Onde estão as grandes forças do Norte? Concentradas principalmente em três grandes grupos de instituições:



a) As empresas privadas ; b) as autarquias; c) as universidades

É a partir deste triângulo, ao qual se deverá juntar o Governo/Administração Central logo que assim o entenda, que eu proponho que se faça uma “revolução cultural” com vista ao crescimento económico reprodutivo e sustentável. A revolução cultural que proponho passa por uma redefinição das prioridades das autarquias e das universidades : ambas deverão assentar a sua estratégia principal no apoio às empresas sediadas no Norte e à criação de novas empresas e industrias / sectores económicos.



Todas as universidades e autarquias já têm em maior ou menor grau estruturas de apoio à instalação ou criação de empresas, no entanto são actividades de certa forma secundárias, pelo menos no que respeita aos montantes financeiros envolvidos. O mais fácil para as universidades e autarquias é continuaram a apostar com 95% do seu orçamento numa continuidade até agora consensual, servindo os 5% que usam para apoiar actividades empresariais como um tranquilizador de que estão a fazer a sua parte. No entanto 5% não chega, como podemos verificar. Claro que uma postura também fácil é dizer que o Governo/Administração Central também segue a regra dos 95% e só canaliza 5% do orçamento nacional para o apoio/criação de empresas/sectores, pelo que as autarquias e universidades do Norte fazem o que lhes compete, nem mais nem menos que o resto do Estado.



Mas aí é que está a diferença que proponho: O Norte deve liderar uma aliança forte e com recursos entre autarquias/universidades e empresas privadas, não deve ficar á espera! O resto do país virá a seguir caso esta região dê o exemplo, até porque é uma estratégia que a todo o Norte vai beneficiar, e assim quanto mais cedo começar a ser implementada melhor. Claro que para o Norte tudo seria mais fácil se fosse o Governo Central a liderar e a financiar esta estratégia, mas tal não parece possível no curto prazo. E por onde começar?



a) Criação de fundos de capital de risco de grande dimensão (um por cada Associação de Municípios) a partir do orçamento de cada município e de cada Universidade, complementado por fundos públicos nacionais e comunitários. Gestão partilhada entre municípios e universidades. Estes fundos deverão participar no capital e na gestão de empresas existentes ou em novas empresas localizadas em cada sub-região respectiva, num máximo de 40% do capital.



b) As universidades devem focar os seus cursos nas áreas que têm maior empregabilidade e propor trabalhos de fim de curso, mestrados e doutoramentos o mais possível ligados ao apoio e investigação sobre o tecido empresarial existente, ao lançamento de novas tecnologias/produtos ou serviços passíveis de serem usadas no curto prazo em empresas existentes ou em start-ups.



c) Criação de incubadoras de empresas, com instalações, apoio jurídico, planos de marketing , contabilidade, contactos com capital de risco, etc.



Mas não pensemos que apenas cursos de engenharias, ciências ou economia/gestão se devem dirigir aos problemas do desenvolvimento económico e criação de riqueza. Também os cursos de humanidades, artes e ciências sociais se devem envolver profundamente, procurando responder com propostas concretas às questão mais complexas que se nos deparam: porque as empresas não conseguem competir e crescer? O que mudar no sistema de ensino básico, secundário e superior para com os mesmos recursos financeiros conseguir melhores resultados ? O que alterar no funcionamento das autarquias para optimizar o seu funcionamento e relação com os cidadãos ? O que falta na relação entre os deputados eleitos e os problemas concretos de cada distrito ?



Deverão então ser formulados Programas de Investigação nas Humanidades e nas Ciências Sociais que formulem e proponham teses e respostas às questões pertinentes que nos envolvem aqui em Portugal, sobretudo às questões do desenvolvimento económico, dos resultados da educação, da eficácia da administração autárquica, e também ás questões da organização dos sistemas de saúde, da justiça.



Precisamos que as Universidades apareçam à sociedade como detentoras do saber que faz, que provoca o progresso, que está envolvida no dia à dia com as empresas, que no final do dia serão as responsáveis pela criação ou não da riqueza e dos empregos tão indispensáveis e tão difíceis de criar e manter, neste mundo de competição total.


Norte Sim, Já!

2 comentários:

  1. Por coincidência foi criado há pouco tempo um movimento no Facebook que já conta com mais de 200 membros chamado de Movimento pela Autonomia da Região Norte

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  2. Meu caro, diria que não foi coincidência...é um sinal de que as coisas estão a chegar a um ponto intolerável. Abraço, vap

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