Este Estado Centralista é um obstáculo à criação de riqueza.
Como já afirmamos anteriormente, a desorganização e duplicação de funções nos ministérios, a proliferação de institutos públicos, de empresas públicas, etc., apenas aumenta a burocracia: nada é produzido. Aliás, “produzem” mais prejuízo, mais dívida e, consequentemente, a necessidade de mais impostos para alimentar a “máquina”.
Veja-se este exemplo na área da agricultura e a forma como, a partir de Lisboa, em confortáveis gabinetes, os Ministérios lidam com os problemas reais dos sectores que tutelam:
Na origem desta situação específica, parecem estar as regras introduzidas em 2008, por decreto lei, que obriga os produtores a apresentarem um vasto conjunto de papelada (formulários, declarações e até mapas em escalas específicas!), antes de transferirem os seus animais.
Mas o cerne da questão é a lógica centralista deste Estado. Em vez de ver exercido “serviço público”, vemos, numa infinidade de áreas, precisamente o inverso: vemos os cidadãos, os empresários, os agricultores, etc., serem obrigados a “servir” o Estado. As regras são claras, o “cidadão”, depois de muitas horas a assimilar uma infinidade de decretos lei e portarias (não raras vezes, ininteligíveis, mesmo para quem tenha formação jurídica), pode iniciar a compilação de um vasto dossier composto de formulários, declarações, plantas de pormenor, modelos variados,… seguem-se as obrigações do “cidadão ” com a entrega atempada e no respectivo serviço, do dossier, da verificação de todos os requisitos, da verificação dos “novos” requisitos… enfim, vejam o que o Ministério da Agricultura reservou para os nossos pastores:
“Para a instrução do licenciamento da área de pasto, cada produtor tem de entregar um formulário com descrição exaustiva da actividade e da exploração pecuária, a caracterização da Parcela Valorização Agrícola (gestão dos efluentes pecuários), uma Declaração de Responsabilidade Sanitária, uma Declaração de Responsabilidade pelos Animais e uma Declaração do Produtor (do proprietário da exploração onde se localizam os pastos).”
“Para a instrução do licenciamento da área de pasto, cada produtor tem de entregar um formulário com descrição exaustiva da actividade e da exploração pecuária, a caracterização da Parcela Valorização Agrícola (gestão dos efluentes pecuários), uma Declaração de Responsabilidade Sanitária, uma Declaração de Responsabilidade pelos Animais e uma Declaração do Produtor (do proprietário da exploração onde se localizam os pastos).”
Talvez este exemplo ajude a explicar a contínua necessidade de pessoal nos gabinetes dos Ministérios em Lisboa e, consequentemente, a crescente despesa com pessoal. Mas as restantes Regiões do País também assumem um papel importante neste processo, afinal é lá, onde o desemprego e a pobreza vão alastrando, que se encontra a matéria prima indispensável para esta “indústria centralista”, uma coisa a que chamam impostos.
E talvez por estarem tão absorvidos a legislar e a debitar regras e procedimentos, nem os milhares de funcionários que existem no Ministério da Agricultura (a maior parte deles, inexplicavelmente, sediados em Lisboa), são capazes de evitar, como foi tornado público há dias, isto:
“Portugal perdeu 140 milhões de euros de fundos comunitários para a agricultura entre 2006 e 2008 … Trata-se de dinheiro do fundo europeu agrícola de garantia que é financiado a 100 por cento por Bruxelas...”
Os portugueses teriam mais razões para ficar contentes, porque lhes facilitaria a vida, se em vez da promulgação de uns milhares de projecto lei, vissem antes anunciada a sua revogação.
Os portugueses teriam mais razões para ficar contentes, porque lhes facilitaria a vida, se em vez da promulgação de uns milhares de projecto lei, vissem antes anunciada a sua revogação.
É urgente retirar o poder de decisão aos burocratas de gabinete e transferi-lo para as Regiões.
Norte Sim, Já!
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